24 outubro, 2008

Parte N° 10

10° Dia

13 horas sentada numa cadeira, sem dormir, sem água, sem banho, sem banheiro decente.
É, esse foi o trecho: Cairo-Luxor, onde o trem parava mais que goteira... Não o bastantem em cada estação entrava vendedores ambulantes no vagão gritando pra chamar a atenção, outros conversando no celular a viagem toda, outros com músicas de celular (os toques sabe?) tocando o tempo inteiro, alguns com quase tuberculose de tanto tossir, outros cuspindo em passageiros, crianças chorando, gente com chulé colocando o pé na poltrona e a meia com 10 furos (nem sei se isso é meia ainda!) um casal comendo QUEIJO (pensa num queijo FEDIDO!) na madrugada, outro casal era, além de tagarela, inconveniente: quando nós ( eu e deise) fechávamos a janela de proteção contra o sol (e contra pedradas) o homem abria!
que raiva viu.. foi nesse lenga lenga até que uma hopra eu já tava transtornada de tudo, ele abriu e quando terminou de mexer, peguei naquela coisa e desci com tudo, com raiva mesmo... depois dessa ele sossegou.
Quando eu estava conseguindo dormir, uma criança (uma menina no caso) começa a chacoalhar meu braço pra mim acordar e dar dinheiro pra ela. fiquei com tanta raiva que nem deu tempo de sentir dó. Não consegui dormir e depois de algumas (milhares) de horas dentro do vagão infernal, chegamos à Luxor.
O pessoal da agência de viagens já estavam esperando (aflitos porque o trem atrasou uma hora e meia) só deu tempo de ir no mac, usar o banheiro enquando o "papa-osama" fazia o pedido.
Enquando comíamos (na van) fomos em direção ao vale dos reis para visitar 3 das 64 tumbas existentes (leia-se: encontradas porque tem muita coisa escondida ainda!).
Pra quem acha que Cuiabá é quente, tem lugar pior, GARANTO. Depois de andar muito, visitamos as tumbas e deu pra se sentir por algumas horas um "Indiana Jones" da vida. Depois fomos no templo de Hashepsout, uma faraó (a única mulher faraó) e das mais odiadas pelos egípcios naquela época. É lindo mas não muito impressionante ( a não ser pelos fatores: calor e secura do ar). Mas logo que cheguei, comecei a me sentir mal.. também; sem dormir + engulido a comida + sol na cabeça + sem estar tomando água = passar mal.
Minha mãe acha que eu fiquei com insolação, eu sei lá, só sei que do nada foi doendo tudo, fui ficando mle, com ânsia e quase desmaiando. Em suma, fiquei imprestável (e ainda estou um pouco). Depois do tempo da rainha, fomos nas estátuas.. o templo foi destruído. mas nem descemos do carro, eu não estava em condições de tirar fotos naquele momento e tava todo mundo semi-morto...
por fim, fomos à Karnak (gigantesco complexo de templos) onde tem 134 colunas enormes, que eu acho que medem 40 metros cadam ten a lagoa sagrada também.
aqui devo uma nota: fizemos tudo correndo por que o trem demorou demais pra chegar, nós estávamos atrasados (nos passeios) 5 horas então foi tudo as pressas. Pra completar: outra dor de cabeça...
quando chegamos no navio para o cruzeiro no rio Nilo, o recepcionista pediu para que nós deixássemos o passaporte com ele, gente, isso NÃO EXISTE! passaporte sempre fica com o titular, no máximo se entrega uma cópia quando o estabelecimento exige e deixa com aviso prévio (o que não aconteceu) Olha, foi feio. Só sei que quando ameaçamos ir a embaixada brasileiras, eles mudaram o tom. Ninguém merecia aquilo, depois de quase morrer de tanto cansaço e sol na cabeça conseguimos enfim, tomar banho, comer algo e finalmente: DORMIR.

Nota¹: coitado do osama! ele que aguenta todas as buchas (por ser o único que fala árabe) de todos os lados e tem que ser gentil e paciente com todas do grupo. Devo desculpas à ele por que quando esu estava passando mal, foi ele que correu pra comprar as bebidas e em troca, fui grossa e mimada com ele. Realmente, ele será um grande pai e eu serei bem idiota se não mudar.

Nota²: Não entramos no templo de Luxor por que era a mesma coisa que Karnak (tanto que é conhecida como mini-Karnak).

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