30 novembro, 2011

|...

Toda vez eu olho pra essa tela e a barrinha fica piscando... toda vez.
Preciso escrever, botar pra fora mas quando chego aqui: só pisca.
Enquanto fico estatelada aqui, Arion faz a mesma coisa: olhando pra mim, esses olhões grandes, amarelos.
Queria poder tirar com uma pinça os vários caquinhos que estão espalhados dentro do corpo, da cabeça. Quiçá, uma cola pra ajudar a grudar e ver se volta tudo no lugar.
Ai, que merda viu. Grande merda, com "G" maiúsculo mesmo. Porrada séria.
Acordo, subo na moto e ando por aqui, ora devagar quase parando, ora quase rasgando o asfalto e teimando em passar pelas poucas frestas entre outros veículos. Essa pedra, calo no sapato que diariamente machuca e faz com que me lembre desse nada.
Pra piorar [ou melhorar] fico ouvindo Marisa Monte e tudo o que eu não gostaria de escutar.
Queria poder rir, mas na verdade dá vontade é de chorar, de abraçar o travesseiro e dar um puta berro, ficar vermelha, sentir as veias do pescoço saltarem e o rosto ficar quente... só que nem pra isso tenho mais força. Então choro silenciosamente, olhos abertos, sem piscadela qualquer. Nem ao menos de dobrar o minguinho e tirar a lágrima que vai correndo perto do meu ouvido, deixo ela ir por ali... pra que secar? logo desce outra. Vai virar poça, poço, sisterna. Pra daqui algumas horas recomeçar o ofício.... o despertador toca, uma cara amassada e olheiras me encaram, um banho, mais um monólogo, escova os dentes, seca o cabelo, corpo, mas não seca o mais importante.
Piloto automático? não. Apenas uma neblina densa em tudo.
E não há reza que faça essa porcaria sair, deve ser pacto do capeta isso... deve ser.
Queria férias de mim mesma, de verdade. Por um tempo [sei lá quanto tempo] gostaria de ficar sem memória, sem lembrança. Me sinto tão cinza, bege. Sumi? acho que ainda não.

... ainda não.

Caleidoscópio, pra quê?
Acho que preciso dormir, muito. Pra ver se acordo sem essa canseira.. essas toneladas que pesam nos ombros, faz envergar o corpo e a cara amarrar. Enfim, recuperar... leito de hospital com sua parafernalha de piscas e avisos sonoros não é o destino, apenas uma cidadezinha de alguns mil habitantes, com sua única avenida e o senhor silêncio. Silêncio que diz tantas coisas.

"Ei de ser feliz também, depois."

Depois;

Depois;

Depois;

Depois;

Depois [...]

29 novembro, 2011



Ando tonta, sem saber o que fazer.
Sensação de ressaca, quando você acorda e o mundo da uma volta rápida demais.
Os olhos giram pro lado contrário dos pés....
um estouro, rompimento, jorra-se algo: seria água? a cachoeira que sai da torneira e você ainda insiste em fechá-la... por que, vai que dá certo né? é só colocar a mão que tapa o buraco, passa.
Até que você se cansa de ficar molhada e parada naquela posição que dá cãimbra só de pensar e resolve fazer o certo. consertar.

26 novembro, 2011



Agradeço a ave que me viu terra, onde todos, inclusive eu, enxergavam pedras.

06 novembro, 2011