28 outubro, 2012

Embarque próximo.

Fazia muito tempo que não sentia algo assim. Acontece que me é tão límpido, vital de tal maneira que me afeta imensamente... sendo que ainda há muito tempo para ser percorrido. Intensidade, é isso. Me sangra diariamente, como se fosse um último respiro, aquele ar que você puxa e depois de apreciar cada espacinho que ele preencheu, vai saindo... te deixando e a cada milésimo você tem a mais consciente realidade de que depois disso, não haverá mais. Acabou.
Desde todo o processo de adoecimento/perda da minha mãe, uma luz vermelha veio brilhando cada vez mais aqui dentro... Preciso de um tempo pra mim, preciso andar com meus pés e sentir que é essencial. Preciso sentir essa ausência, ter a "falta". Por senti-la, já descobri muita coisa mas preciso de uma paz para meu crescimento... e isso só se faz em silêncio e percepção. E é incrível como apenas o pensar nesse aspecto já me brotam lágrimas. Dessa vez não vou mais sabotar essa viagem... sei que você vai estar comigo, sei que a cada passo dado, vou de encontro a mim mesma. Sei também que quando minha mochila pesar demais e as pernas começarem a fraquejar, você estará lá me empurrando... Como dói crescer, se libertar de tanta coisa... vou com a certeza de que ao partir, não retornarei da mesma maneira, jamais.


"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto, Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver. 
Amyr Klink"

26 outubro, 2012

Sinais.



Eu poderia dizer milhões de coisas, relatar inúmeras memórias. Poderia colocar ordenadamente uma trilha sonora que duraria uma semana, sem parar. Até poderia à exaustão, tentar lhe explicar tantas coisas como; as posições das constelações  nomes de coisas estranhas, locais inóspitos, fotografia e derivados, teorias mil, a vida/morte e um bocado mais. Mas, não acho explicação para um questionamento simples até: "por que gosto de você?" 
Já tentei por muitas noites a fio (dias eu já nem conto mais) e essa primeira questão fatalmente levou-me a segunda (como você me leva nesse "quase" eterno pique-esconde) na qual é: "o que eu faço com você?" Em quase 3 anos essa pergunta latejou pela minha cabeça incontáveis vezes. É ter que me deparar com cada momento, a cada detalhe, olhar, gesto, palavra, tom e principalmente o não dito.

Muito mais que fera, ferida funda e que pulsa. Não há como negar, há algo entre nós que não se explica; não por palavras. Apenas por pequenos gestos, raros olhos nos olhos. 
Depois de tanto buscar uma lógica racional, cansei. "Parei de pensar e comecei a sentir" e foi com essa mudança que comecei a compreender esse microuniverso, esse fio invisível mas poderoso que nos atou em intrincados nós.
Algo tão frágil que poderá se desintegrar como poeira no vento. Tão sólido como um diamante. Tão distante  quanto NY e cuiabá... tão perto quanto sua respiração em meu rosto.
Já te procurei inúmeras vezes que me perdi. Ao me perder, você me encontrou.

A sensação que me toma é de que não haverá um ponto final. Muito mais que poderíamos imaginar, bem mais que eu gostaria de admitir a mim mesma; "você é". Não há definição. Nem em uma palavra ou um livro com mais de 500 páginas bastariam. Não compreendem coisa alguma disso tudo. Nem eu e nem você temos a exata noção (ou temos e fingimos não conhecer) do que é.
Apenas posso dizer que sinto, como um veneno circulando pelas veias. Algo que só sabe quem passa na pele. Enfim, o que sei do que sinto? É forte, grande.

Mas nada te falo, embora tudo lhe explico. E nem precisa... você sabe, sei disso.

e como sei?
Por que quando finalmente te olho, você sente. E como sente.

E você? nada dirá.

22 outubro, 2012

The black mirror



Quem eu sou ?
A luz revela-se como num relâmpago, um flash, fagulha, veloz.

Tantas coisas, tantas voltas, tantas pessoas, tantos amores, tantas dores, desilusões, corpos, rostos, cheiros, gostos, gemidos.
Pegar o caminho de volta pra casa, ir mais além. Ser prestativa, ser de ninguém. Quem?
Não sei dizer além do que sinto, pouco vejo e o que observo não são os olhos que me revelam. Palavras na direção contrária dos corpos exaustos de travar uma guerra santa, vã. Render-se. Anunciada, doce, ardente como uma queimadura recém feita. Não existe trégua nem pra você, muito menos para mim.
Quem vai dizer que entende o que se passa? Quem de nós quer de fato dar o passo contrário da aproximação, que vai soltar as mãos? Mesmo dizendo o protocolo politicamente correto. Antes era suspiro, agora é grito. Tão desesperador, tão urgente que paralisa, estremece, baixa a guarda, olhos e braços.
Uma droga, possessão e já estamos ficando fora do controle e não estamos mais preocupadas. Em contagem regressiva?
23 anos.

15 outubro, 2012

Tesouro



Siga a trilha.

10 outubro, 2012

Receive


Não sei se esse curso é maluco, ou esclarecedor demais... vai deixando a gente assim, meio seca, meio que polindo os vidros da retina demais. Quando você não se sujeita mais a algumas coisas, que não tem paciência para outras, que passou o tempo. Que apesar das dores, sabe a direção a seguir, as vezes nem tanto assim mas só sente que tem que dar um passo. Foi bom conversar com meu supervisor depois dos relatos da clínica e poder desabafar com ele sobre alguns aspectos e acontecidos da minha vida. Poder perceber que alguém compartilha da sua visão é consolador... mas se o que me serve de real consolo é poder compreender que acima de tudo, ainda tenho a vontade de me respeitar: meus desejos, as minhas inseguranças, limites. Entender e sentir que não entrar em jogos alheios provoca a perda de alguém, mas que  minha liberdade é algo muito mais caro a mim, sem dúvidas. Não estou disposta a sujeitar-me uma vez mais a caprichos alheios, ainda mais sem motivos. Pouco me importa que você tenha tudo, ou merda alguma;  importante é que queira estar ao meu lado de fato, verdadeiro e sincero. E se não for pra ser assim, dê meia volta e faça-me o grande favor de não tentar me procurar ao acaso. Um peso e preço a serem pagos que estou definitivamente disposta, mesmo sangrando. 

03 outubro, 2012

Awwwn


Vontade de abraçar e não soltar mais!