21 outubro, 2009

Flor esmigalhada.



20 anos.
2 décadas de quê mesmo ?

de vida ? ou de ilusão ?

chegar nesse ponto e não saber pra onde ir.
quem eu sou ? uma estudande ? alguém com nacionalidade brasileira ? um montro ? uma falha ? um erro de percurso ? um desapontamento constante ?
quem suo eu ? quem ?
um nome ? um corpo ?
mas que porra, será que vou encontrar alguém que vai me explicar que raios de pessoa sou eu ?
merda de vida é essa ?
onde aparentemente a cada dia me torno mais forte por fora e mais fraca por dentro ?
que me afasto quando mais quero ficar um pouco mais perto ?
se não sei o que sou, como posso saber o que quero ser, o que quero fazer, ter e como vou querer viver ?
- um nada.
seria isso ?
luz, preciso de alguma LUZ! alguém me dá ?

ninguém ?
- droga.
ainda sou criança ? ou adulta ? ou velha ? ou já morri ? ou nem vivi ?
eu quero chorar mas ao mesmo tempo me nego a fazer isso.
não tenho vontade de me mover, dói tudo e tudo, tudo, tudo inflama.
dói para respirar.
que veneno é esse que quando sinto-me triste vem e instantaneamente sinto uma raiva tão grande que tenho vontade de quebrar paredes ?

as vezes tenho vontade de perder todo e qualquer tipo de controle, ao passo que quero controlar tudo. o resultado ? inércia.
duas forças que contém a mesma força porém em direções contrárias.
é tão.. tão ruim!
uma loucura que tenho consciência.
preciso das pessoas perto de mim... mas quanto mais elas se aproximam, mais arriscado fica principalmente para essas que tentam chegar mais perto e, sendo assim as afasto [sendo que há ocasiões em que nem percebo mais].
dá vontade de desistir de tudo na vida e de andar por qualquer estrada.
sem nome
sem casa
sem relacionamento algum.
sem destino
a quantidade de pessoas que já machuquei ou magoei é grande e, não quero que essa lista fique cada vez mais extensa.

talvez eu mereça essa solidão que as vezes parece ser tão angustiante, só que é a coisa que mais me tranquilizou durante anos.
talvez seja isso.
talvez seja assim, não sei.
tudo que eu queria era poder colocar a cabeça num colo, seja lá qual for, apenas o que me der paz.

por enquanto fico com o travesseiro gelado.
tenho vontade de que as pessoas esqueçam quem sou, mas é algo impossível.


seja bem vinda, ao vigésimo ano de [quase] inutilidade, parabéns a mim.

04 outubro, 2009

Dias.

E rolando na cama
vai se enrolando nas lembranças.
aperta os olhos
o coração afrouxa.

Dorme todas as noites
mas vive acordada, sonhando
esperando o tempo passar.

todas as manhãs
segue religiosamente o cotidiano
mas tudo o que deseja
é sair dali.

E cair
de cansaço
de felicidade
de paz

Nos braçoos
que são teus.

Acorda
afrouxa os olhos
aperta o coração
para mais um dia que se segue, na tua ausência.