27 julho, 2013

Bacharelado.


Jamais pensei que o peso desse canudo fosse tão grande. Nem pude sequer prever que para alcança-lo, teria que ir do céu ao inferno em várias situações. 6 anos. Este foi o tempo que levei para te-lo em mãos, necessário para que pudesse segurá-lo de forma digna e segura. Não dá pra acreditar... sei lá.
É um peso desgraçado caindo ao chão quando se ouve: "confiro o grau que lhe é de direito" e "podei exercer vossas profissões". Há tantas, TANTAS coisas que poderiam ser ditas para esse momento mas você acaba compreendendo que em certos casos, é melhor não dizer, apenas sorrir.

21 julho, 2013

Sala de espera.

Durmo, acordo, as horas passam e o momento não chega. De sacanagem o relógio e o calendário não giram... por quê? sento nesse sofá verde e espero os dias passarem, as horas ficarem pra trás. Parece que cheguei as últimas gotas de força que tenho. Um esgotamento que desbota qualquer vontade. E não é por alguém, embora eu sinta [e muito] a falta do meu bem. É como se o tempo tivesse se esgotado pra mim. O tempo de ficar nessa cidade. Já não me reconheço nela. Não pertenço mais a este local e isso tira a paciência. Abri as porteiras e agora o céu é meu teto. Enquanto não chego na minha casa, o mundo se tornou meu quarto, quintal, sala.... não sinto que tenho mais aquela coisa que me deixava acordada por dias. Minhas pernas enfraqueceram? Já não suporto mais tanto peso nos ombros? Cortei pedaços que estavam velhos, outros apodrecidos. 


- Um brotinho saiu.

11 julho, 2013

Day 1


Carregar caixas pra cima e baixo a manhã toda. A noite, beber cerveja e falar merda. Ultimamente as coisas andam assim. Vou tentando viver um pouco nessa vida nova. Você entra no carro, aumenta o volume no 30 e sai por aí numa cidade que pouco conhece, meio alcoolizada, andando por ruas mal iluminadas só pra constar que você faz parte dela. Então quando deita a cabeça no travesseiro, sente o cheiro inconfundível de um certo perfume e isso lhe atormenta mas como está com sono, desmaia logo em seguida. Acorda de madrugada pra caminhar mas está cansada demais. Aí você se lembra de que sonhou e muito na noite. Susto? não.  

09 julho, 2013

Na carne.


Sou uma garota assustada que traz nas mãos pedaços. Retalhos de vida, um coração em milhares de cacos. Pareço ser alguém que não sente. Desprovida de terminais nervosos que decodifiquem as sensações. "Pareço". Sinto em demasia, é quase patológico. Por sentir demais, deixa-se vazar de menos. Controlo demais o lado de dentro e como que por consequência, sinto necessidade de controlar o que está fora de mim... como se fosse possível controlar até o incontrolável. Sonho demais sem tirar os pés do chão, ou seja: não sonho. Pareço não temer o futuro, mas me dá calafrios o passado se não consigo deixá-lo em seu devido lugar e em alguns casos, não saio de lá. O estranho me causa furor, sendo reconfortante ficar naquela sensação de dar uns passos lá fora na chuva e depois, voltar pra cama quentinha. Que raio de crescimento medonho é esse?
Tenho medo de ter medo. Por teme-lo, vou entrando isenta de sensações, anestesiada, começando coisas, traçando caminhos, riscando pessoas, queimando tempo. Vou me espatifando, ceifando o que me sobrou de inocência, me apodrecendo por conta própria. Que bosta. É, estou fritando meus neurônios além da conta. Sim, estou em crise e em pé de guerra comigo mesma.  

05 julho, 2013

WTF?!

Amigos fazem cada pergunta... que dá vontade chegar bem perto do ouvido do ser e berrar: COMO ASSIIIIIIIIIIIIIIMMM???? mas né? enfim. Amigos, os seres mais retardados. As pessoas mais certas.
é com eles que você aprende a rir da própria desgraça, cornisse, merdas, escapadas, tombos e saltos quebrados.
Um deles [uma mulher que já passou dos 40], me pergunta como é transar com mulher.
No mesmo momento me vem na cabeça aquele vídeo do porta dos fundos: "sobremesa" onde a personagem escancara pro marido que quer foder. F-O-D-E-R. não é fazer amor, nheco-nheco, transa. Dei uma resposta em pergunta e a conversa foi desenrolando. Nada de seminários, manuais. Receita de bolo é papo furado. Nem mesmo com a pessoa que você possa estar pegando a sééééculos, não vai ser a mesma coisa. 
Papo vai e vem e aí sim chega um bom motivo. O desejo, ou a falta dele. Tem dias que você acorda com a periquita em chamas, não é? aí você recorre a siririca, ou ao amigo [ou amiga] colorida, ou não faz nada. Voltei pra casa pensando nisso: como é complicado essa coisa de sexo. Complicado no sentido de que tantas pessoas procuram através deles o prazer, satisfação, o gozo. E muitas encontram o vazio. Ouvi pouquíssimos dizerem que tiveram no sexo, uma ligação, um encontro, algo "além". Tá, tem gente que tá afim só da coisa na hora ali e pá. Mas não é disso que estou querendo dizer. Quero falar do daquele sexo. Foda-se se é amorzinho, puritano, ou profano, safado. Daqueles que pouco importa o que você estiver fazendo mas olha nos olhos, enxerga o fundo da retina da pessoa que está contigo. Aliás, enxerga muito mais do que os olhos. E aí penso: sortudos são aqueles que conseguem isso. Conseguem se encontrar e reencontrar. Quem já passou por isso, entende o que estou escrevendo.
E aí eu olho pra essa minha amiga. Sorrimos. Já entendemos.

Ê vida.

01 julho, 2013

Kronos, Chronos, Tempo.


Eu vejo umas coisas passando na rua, na tv e fico caraminholando milhares de pensamentos... hoje de tarde,  me dei conta mais uma vez que o tempo é soberano. Senhor do seu próprio destino. Não importa como tentamos aprisioná-lo, ele sempre se libertará. Ele é livre, desde seu início até o fim. Com ele, carrega histórias, dores e esperanças. Apesar da dor momentânea, é ele que vem sussurrar aos nossos ouvidos que no fundo... ele está fazendo as coisas darem certo, desde que você saiba compreendê-lo. Chronos, estou tentando. O único juramento que posso fazer é que prometo TENTAR; tentar confiar, compreender.