19 março, 2015

Uma certa faxina


Caraca, quanto tempo não escrevo!
Mentira, escrevi por esses tempos num caderno.... mas era relato de uma viagem.
Tenho esse blog há tantos anos e já me serviu pra muita coisa mas principalmente como uma espécie de "terapia".
Ontem, antes de dormir me lembrei daqui, das tantas coisas que relatei... como envelheci. Esses pensamentos começam assim, quando estou só. Lá estava eu, num boteco da cidade: com um drink em mãos e apenas meus pensamentos. Acostumei a ficar sozinha fisicamente mas mentalmente é bem difícil e isso atordoa.
Meus maiores e melhores textos surgiram quando estava afetada: por raiva, tristeza, amor, paixão. 
Ficar gerindo essas coisas dentro da gente e como num parto, se põe pra fora. Ainda não sei bem o que quero dizer aqui... Na verdade nem sei se quero dizer aqui mas PRECISO escrever, antes que algo aconteça na realidade.
Ando praticando uma meditação esquisita por assim dizer; de me fingir de "sonsa", "morta". Não tem sido fácil. Oscilo em momentos de desprendimento, passo dias tranquila e quando pego no sono, sonho e acordo atormentada ou, tenho esses monólogos mentais para racionalizar e tentar compreender o que não existe compreensão... e me vem a raiva, rubra, as vezes colérica. Tive dor de estomago apenas uma vez e sou grata por isso. 
Sabe blog, nesse punhado de anos conheci pessoas, amei-as, fui amada também. Mas hoje, sinceramente neste momento não sinto vontade alguma de me abrir novamente para o amor. Eu, libriana: romântica incorrigível [que acha que disfarça algo], põe em cheque um dos meus maiores pilares. Que merda, não?
Tenho preguiça, SONO, quando vem alguém querendo se aproximar, apenas para ser gentil. Se pudesse, andaria com uma placa pendurada no pescoço com os dizeres: "Não se aproxime, tenho preguiça".
Provavelmente é só cansaço e não uma desistência. Mas cansei de tentar levar a bom termo as coisas e relações. Cansei de acreditar nas pessoas ou de ao menos me esforçar para compreender aquilo que tenho dificuldade. Estou exausta da minha dedicação constante. De tentar descobrir algo novo quando tudo o que se tem é monotomia, quando o sexo tá uma merda ou quando se tem aquela maré salpicada de problemas familiares e como um plus, financeiro. Mas sabe o que tem realmente preguiça?  É a falta do jogo limpo. Da sinceridade, das pessoas se mostrarem apenas como elas são. Que mundo é esse onde parece que tem se tornado obrigatório vestir uma máscara e fazer de conta que sorri, que pouco importa? Ninguém é de ferro. É tudo muito humano, de carne e sangue mesmo. E as feridas doem, dói quando você bate a cabeça; dói quando você acorda ressacado; dói quando você se magoa. Alguns vão dizer que é por conta do medo de sofrer... PRO INFERNO SEU SOFRIMENTO. Ninguém é privilegiado nesse mundo cão, não. Todo mundo se fode. É por isso que cansa, é por isso que dá vontade de jogar tudo no chão e gritar bem alto: QUE SE FOOOOODA ESSA MERDA BORA SER FILHA DA PUTA ENTÃO. Mas aí olho para os lados e encontro bons exemplos de vida, onde suportaram e passaram por tantas merdas e até coisas maiores que eu [e provavelmente você aí que lê do outro lado dessa tela], estão vivos, fortes e sorrindo. Venceram através do amor, da gentileza, da paciência. Tiveram sapiência para as coisas.
Só peço a Deus que algum dia, eu alcance essa tal sapiência. Por hora, vou tomando meus drinks, respirando e contanto até 100, treino, durmo, acordo... e a vida vai seguindo seu caminho.

09 fevereiro, 2015

"Por A+Z"


Relacionamento
palavra que ganhou conotação ha quase um ano atrás para mim. Não sei se você quando era mais jovem achava a mesma coisa que eu: quando está com alguém e a coisa desanda, era o fim.
Como um bolo mal assado, não saiu perfeito. Se não o é, joga-se fora. Talvez por que nossas gerações foram "programadas" para usar, usar usar e quando dá um problema: vira lixo e descarta-se.
Conceito idiota né? pois é. Sempre fui muito crítica em relação à isso, as falhas, as imperfeições. Até que alguém veio com uma picareta e abriu uma cratera que é impossível de se fechar e me provou por A+B que a humanidade é isso: imperfeição, caos. E eu? engoli alguns litros de choro, orgulho e sei lá mais oque. Essa desconstrução é dolorosa mas realista. 
Ainda hoje tenho dificuldades com certas falhas e lá vem outra pessoa para me ensinar mais uma coisa: não é necessário a perfeição. Na verdade a gente não está nem aí pra essa porcaria de coisa perfeita, queremos mesmo é a perseverança, o insistir, o não fim. Não é pelo conceito do "belo" que você está com alguém, é pelo esforço diário, pelas coisas ditas e não ditas. É quando eu muito mal humorada quero te mandar pra puta que o pariu e deixar minhas mãos chacoalhando ao sabor do vento, vem você certeira como uma flecha disparada direto ao alvo pega e segura, com força. Mesmo sabendo que vou esbravejar, franzir o cenho e virar um iceberg. Quero morrer quando isso acontece e morro: de ódio, de tanto chorar, me sufoco com os nós que ficam entalados na minha garganta por que não sei expressar o que sinto e são tantas coisas... fico impotente. Você sabe dessa minha imensa e escancarada cratera: eu, alguém que se acha no caminho da perfeição, se toca que simplesmente não existe essa "coisa". Perco as pernas, alguém arrancou-as de mim. Não sei para onde ir e nem como me locomover: "como vou se estou fraca demais pra seguir em frente?" Então olho para minha mão e como um segredo recém revelado, ali está a realidade: você não anda sozinho para lugar algum. É junto que se alcança algo. Por que a gente como ser humano, SEMPRE vai ser "falta", inacabado, incompleto. É por isso que se tem o outro. 
É por isso que você está ali: segurando minha mão e mesmo sem abrir a boca, me ensinou bem mais que uma lousa lotada.

28 dezembro, 2014

Por dentro


Estamos na beira do: final do ano. Como um precipício, prestes a deixar 2014 para trás e saltar ao desconhecido e inesperado 2015. Mas não vim para especular sobre esse ano novo que vem por aí. Não é por esse motivo. 
Venho para cá para organizar algo que se encontra fora de ritmo dentro de mim. Minha cabeça e coração entraram em parafuso faz algum tempo e venho simplesmente ignorando isso. Tenho praticado a paciência [quase inexistente em meu ser], explodido menos por fora e deixando a erupção correr e me queimar por dentro. Que domesticação é essa a qual estou me submetendo? não sei. Só sei que não me sinto feliz. 

A primeira coisa que dispara em mim é a raiva mas isso já se foi, agora fica a tristeza e por fim, essa sensação clara, límpida: não estou feliz aqui. Uma luzinha que se ascendeu há um tempo e que insisto em ignorá-la, embora nos últimos dias, ela começa a se fazer notar. Não quero brigar, não quero ter forças para troca de tapas e socos ou de palavras afiadas. Sinceramente não tenho tesão nisso. Apenas busco proteção, um porto. Estou cansada de parecer navegar a esmo, sem direção. Ainda não desisti, mas sinto que minhas mãos estão cansadas de fazer força nesse "cabo de guerra" inútil e imbecil, por assim dizer.
Fico pensando se é egoísmo de minha parte, então tento uma vez mais... sem respostas ou retorno disso. Vou deixando o amor próprio de lado, esvaziando o ego. Respirando e contando até 10, 20, 30. Sustento um meio sorriso-torto pois parece que há um anzol pendurado no lábio, como um peixe fisgado pela insatisfação. Não chuto o pau da barraca, me convenço de que é esse gênio meu, exótico e difícil de lidar, igual uma criança de 5 anos de idade: birrenta. Suspiro.

23 novembro, 2014

Amedrontada

Mãos transpiram de ansiedade e medo de ficar no vazio, nesse pré-desespero a mente dá a volta ao mundo em segundos e imagina infinitas possibilidades pela via negativa. Os minutos transformam-se em longuíssimos anos e você fica num lugar onde ninguém quer estar mas todos os seres humanos passam por ali: angústia. 
Que te faz chorar, perder o sono, perder (ou ganhar) razão. Que merda é essa cara?
Hoje engulo meu coração cabrito nos momentos que ele insiste em querer saltar para fora do meu peito pela boca quando olho no fundo dos olhos de outra pessoa e a afago. Cerro os dentes pra não dizer que posso estar próxima de amar? Não, ainda não é amor... embora as palavras se formam aqui dentro e fazem força para sair. 
Hesitação é algo que tem se tornado constante para mim. Veja só; eu, hesitante: Ironia do destino?
Só quem caiu e se quebrou por completo, sabe quando dói colar os ossos e outras coisas a mais, principalmente curar a cabeça e um coração surrado. Nem sempre a porrada mais feia que você leva, é física. 

03 setembro, 2014

SegreTo


Non lo dirò a nessuno
lo terrò lì nascosto
senza lasciare segno,
il segno in nessun posto.
e non avrà una data
per una ricorrenza
il mondo non saprà
mai della sua esistenza.


eppure è grande,tanto grande
che il silenzio a volte mi fa soffocare
mmmhmm..
non è un tesoro negli abissi
è invece tutto il mare.

(rit)

il nostro amore è segreto
amore sottovoce,
amor che non si deve
amore che non avrà mai luce
amore maledetto,
amore latitante,
amore senza nome o direzione
solo amore.

lo sento respirare
tra i sogni e le lenzuola
è grazia ed è condanna
che sentirò io sola.
non lo darò alla gente
perchè non possa usarlo
preferirei morisse
piuttosto che sporcarlo.

perchè lui è puro,
tanto puro che non so
se io lo posso meritare
mmhmm
per questo lo terrò qui chiuso
a costo di impazzire.


(rit)

il nostro amore è segreto
amore sottovoce,
figlio di un dio sbagliato
amore,che non avrà mai luce
amore maledetto,
amore latitante,
amore senza nome o direzione
solo amore
solo amore
solo amore!!
solo amore..
amore senza fine,
amore che c'ha fame!
amore prepotente
che ti prende a pugni il cuore!
amore rinnegato,
amore che è in galera
il giorno si fa sera
e resta sempre lì dov'era.


solo amore
solo amore
solo amore
solo amore
solo amore
solo amore
solo amore..

12 agosto, 2014

Anot[ações].


Faz algum tempo que não escrevo nada, que não sai algo desse teclado. Olhando agora pros meus dedos, imagino oque poderá vir adiante, no próximo ponto que será colocado: agora.
Há alguns dias venho olhando para o passado... sinto saudades. Algumas coisas até gostaria que voltassem, outras, dou graças a Deus por terem ido (embora sinta a dor ao tocar nestas memórias).
E geralmente essas feridas tem nomes, sons, cheiros, dias de sol, choros, sorrisos. "Borrar" uma imagem colorida para preto e branco não é tarefa simples. Engana-se que tal processo não é doloroso pra quem o pratica. Hoje, precisamente neste momento, sou alguém que tem um emprego que não é da sua área e não me traz felicidade como pessoa mas me cala pelos caraminguás que consigo juntar ao final do mês. Conto também que depois de muitas contas e pular num sonho que será realizado as custas de orçamentos mensais BEM apertados: comprei meu apartamento. Se o cara lá de cima permitir [e eu não estourar o limite dos meus débitos], terei em breve um canto que posso chamar de: M-E-U. 


Escrevo por que algo me angustia e essa coisa sempre põe algo, a gente [eu] em movimento. Angústia de me ver sozinha nesse mundo. Angústia de não conseguir nunca uma independência total, de ficar num trabalho que não gosto e não me traz felicidade. Agústia de ver a vida passar e perceber que deixei ela escapar sem ter desfrutado de cada parte.
Completou 1 ano que estou em Sinop mas de fato, aqui NÃO é meu lugar: o mundo é meu quintal, embora minha casa seja em Cuiabá. Serei uma eterna estrangeira? por que estranha, sou a muito tempo. Já tenho 24 anos, "só" tenho 24 anos [com cara de 25 e peso de 33].


"Hi Stranger"   [Ainda vou tatuar isso, sério.]

01 julho, 2014

Vai.


"Eu sei que o tempo pode afastar a gente 
Mas se o tempo afastar a gente
É por que nosso amor era fraco demais
E amores fracos não merecem meu tempo, não mais.
Simplesmente, eu sei que tudo o que foi importante pra mim 
Da minha vida se foi, então me fez ser assim
Dentro dessa armadura, nessa vida dura
Não sou Indiana Jones então, sem aventura
Porque só tinha conhecido gente louca."


E hoje isso faz TODO o sentido.