31 março, 2012

No ar

Depois de um sarau com legião e quase ser assaltada por um manolo na rua... hoje: sim, hoje é dia dele e claro, eu sou dele. Ai brasil, tributo ao nando reis - O lindo.
Vou chorar, beijos.
Obrigada Deus, por me deixar chegar em casa sã e salva.

29 março, 2012

Porto.

sabe o que que é lindo?
é você atravessar a cidade só pra levar algo pra pessoa comer, sabendo que ela está cuidando de outra pessoa [os 3 bêbados] , você encostar a cabeça no portão, ela encostar a cabeça na sua e as duas quererem dar um beijo mas não rola por conta da grade as 3:50 da manhã.
fazer prometer que quando ao acordar, vai mandar notícias... enfim,

tudo culpa do vinho do capeta.

27 março, 2012

- Eu acho que a gente faz um ótimo trabalho: juntas.
(...)
[eu também].

25 março, 2012

Truth



Seu olhar me acompanha
Do outro lado da rua
Um sorriso, discreto
E hoje a noite é minha...
Seu andar folgado me chama
Da morte ela morre de medo
E já disse que me ama
Mas tem que ser em segredo...
Sobre nós dois
Ninguém vai saber de tudo.

21 março, 2012

Titanium


Um carro estaciona a frente do portão cinza.
dia nublado, abafado.
- por onde é melhor?
- vira aqui, faz o contorno que fica mais fácil.
toca-se coldplay.
apenas 10 da manhã e resolveram sair da cidade, saber um pouco mais de cada uma.
- acho que vamos pegar chuva, tô com medo.
- nunca dirigiu na chuva na estrada? calma, é fácil.
silêncio, conversas, cantorias, conversa, canta-se alto para subir a cidade do paralelo místico.
vê sapo em pedra, duende... chuva.
almoço, mais 40 kilômetros, mais chuva. Mãos firmes num volante onde o ponteiro demarca 160 Km/h e a sensação é de que não está nem a 120 Km/h.
"será reflexo, trauma do dia que capotou? hmn.. talvez."
cachoeira, chuva, algumas fotografias, frio.
pausa para o picolé, tempo fechado, risadas, frio, linkin tocando.
- tô quase te arrastando pra fisio comigo.

assim, passou o dia.

17 março, 2012

You, preta.


I bet you wanna know






e o pior [ou melhor] é que já sabe ;)

14 março, 2012

Deus


Ultimamente venho prestando mais atenção em algumas coisas que acontecem ao redor.
e as duas últimas foram em menos de 5 dias.
Domingo, estávamos sem alojamento, sem dinheiro e já passava das 7 da noite. Sem local pra ficar, nem sabíamos aonde iríamos parar e só embarcávamos no outro dia, de tardezinha. Mas uma amiga e eu estávamos muito calmas e confiantes... e eis que surge uma senhora com sua neta. Depois de muita conversa e informações sobre hotéis baratos e pensões, ela ofereceu sua casa.
Um teto, banho, comida e muito mais do que providências básicas: afeto.
Dona Célia é daquele tipo de pessoa que a gente guarda num potinho. Quando começou a contar sobre Aghata, que nasceu de 6 meses, teve 3 infartos e 1 AVC grau 3, perdeu a visão do olho esquerdo e tem somente visão parcial do direito. Os pais da menina, sua nora e filho, ambos usuários de drogas. Seu filho mais novo com vários problemas de saúde, inclusive: com coração ao contrário.
Pessoa como essa, que teria de tudo pra ser rude... mas é doce, de coração manso.

Ontem, pela 8° vez fui ao banco tentar o acordo pra pagamento de dívida no nome da minha mãe, nada feito. Hoje a tarde, estava deitada e me veio uma vontade súbita de acreditar na vida, acreditar nos sonhos, de que a vida pode ser melhor, de que "tudo vai dar certo", tudo. Quando resolvi abrir um comunicado do banco e lá estava: desconto de 65% da dívida do cartão. chorei e gritei de felicidade por que era o valor exato que estava disposta a pagar.

Cada vez mais eu acredito que existe sim, alguém lá em cima [e não estou referindo a minha mãe] que nos guia. Que quando existe de fato: Deus. Cada vez mais presente na vida. De formas as vezes esquisitas, na verdade incompreensíveis. E vai fazendo com que a gente ande cada vez mais. Chorei tanto ontem de saudades da minha mãe e hoje sorrio e agradeço tanto por ter alguém que nos acolheu esse domingo, por mais essa pedra retirada do caminho... só resta o banco. Quase não dá pra acreditar!

Repasse.

30 horas acordada, 4 horas dormindo, 16 horas sem comer, 7 horas jogando.
ânsia de vômito, torção do pé esquerdo, dor, cansaço extremo.
alojamento, frio, banho, descanso, sorrisos, feirinha, café da manhã, almoço, partida, hospital, deslocamento do joelho direito e suspeita de ruptura do ligamento cruzado.
Uma desconhecida, mão amiga, 10 pessoas numa casa simples, histórias de vida, lágrimas nos olhos, lanche, uma volta na cidade de ruas tortas e íngremes, perda do cartão.
malas, carros, ônibus, kilômetros, check in, turbulência, dramavit B, tristeza, sono, plantas secas, casa.

um gato desesperado por comida e água, casa vazia. Histórias: pra quem?

13 março, 2012


Aonde está você agora, além de aqui: dentro de mim?




aonde você está, mãe? aonde...

08 março, 2012

cacete;
já não é o bastante? vai viver a sua vida e me deixe em paz de uma vez por todas.
já que está feliz e bem, pare de querer saber como estou, o que faço ou o que deixo de fazer.
não vou ser sua amiga, entenda isso.

Pare.

07 março, 2012

Em que esquina dobrei errado?


Aconteceu em Paris. Estava sozinha e tinha duas horas livres antes de chamar o táxi que me levaria ao aeroporto, de onde embarcaria de volta para o Brasil. Mala fechada, resolvi gastar esse par de horas caminhando até a Place des Voges, que era perto do hotel. Depois de chuvas torrenciais, fazia sol na minha última manhã na cidade, então Place des Voges, lá vou eu. E fui.

Sem um mapa à mão, tinha certeza de que acertaria o caminho, não era minha primeira vez na cidade. Mas por um desatino do meu senso de orientação, dobrei errado numa esquina. Em vez de ir para a esquerda, entrei à direita. Mais adiante, aí sim, virei à esquerda, mas não encontrei nenhuma referência do que desejava. Segui reto: estaria a Place des Voges logo em frente? Mais umas quadras, esquerda de novo. Gozado, era por aqui, eu pensava. Não que fosse um sacrifício se perder em Paris, mas eu parecia estar mais longe do hotel do que era conveniente. Mais caminhada, e então, várias quadras adiante, não foi a Place des Voges que surgiu, e sim a Place de la Republique. Eu tinha atravessado uns três bairros de Paris, mon Dieu.

Perguntei a um morador o caminho mais curto para voltar à rua onde ficava meu hotel, e ele me apontou um táxi. Teimosa, pensei: ainda tenho um tempinho, voltarei a pé. E assim foram minhas duas últimas horas em Paris, uma estabanada andando às pressas, saltando as poças da noite anterior, olhando aflita para o relógio em vez de flanar como a cidade pede. Cheguei bufando no hotel, peguei minha mala e, por causa da correria, esqueci no hall de entrada uma gravura linda que havia comprado e que planejava trazer em mãos no voo. Tudo por causa de uma esquina que dobrei errado.

Foram apenas duas horas inúteis e cansativas, e duas horas não é nada na vida de ninguém. Mas quanta gente perde a vida que almejou por ter virado numa esquina que não conduzia a lugar algum?

Alguns desacertos pelo caminho fazem a gente perder três anos da nossa juventude, fazem a gente perder uma oportunidade profissional, fazem a gente perder um amor, fazem a gente perder uma chance de evoluir. Por desorientação, vamos parar no lado oposto de onde nos aguardava uma área de conforto, onde encontraríamos pessoas afetivas e uma felicidade não de cinema, mas real. Por sair em desatino sem a humildade de pedir informação a quem conhece bem o trajeto ou de consultar um mapa, gastamos sola de sapato à toa e um tempo que ninguém tem para esbanjar. Se a vida fosse férias em Paris, perder-se poderia resultar apenas numa aventura, mesmo com o risco de o avião partir sem nós. Mas a vida não é férias em Paris, e aí um dia a gente se olha no espelho e enxerga um rosto envelhecido e amargurado, um rosto de quem não realizou o que desejava, não alcançou suas metas, perdeu o rumo: não consegue voltar para o início, para os seus amores, para as suas verdades, para o que deixou pra trás. Não existe GPS que assegure se estamos no caminho certo. Só nos resta prestar mais atenção.

06 março, 2012

when it rains


você sempre encontra uma saída?

03 março, 2012

Terapia do joelhaço

Sentado em sua poltrona de couro marrom, ele me ouviu com a mão apoiada no queixo por dez minutos, talvez doze minutos, até que me interrompeu e disse: "Tu estás enlouquecendo".
Não é exatamente isso que se sonha ouvir de um psiquiatra. Se você vem de família conservadora que acredita que terapia é pra gente maluca, pode acabar levando o diagnóstico a sério. Mas eu não venho de uma família conservadora, ao menos nem tanto.
Comecei a gargalhar e em segundos estava chorando.
"como assim, enlouquecendo??"
Ele riu, Deixou a cabeça pender para um lado e me deu o olhar mais afetuoso do mundo, antes de dizer: "querida, só existem duas coisas no mundo: o que a gente quer e o que a gente não quer".
Quase levantei da minha poltrona de couro marrom (também tinha uma) para esbravejar: "então é simples desse jeito? O que a gente quer e o que a gente não quer? Olhe aqui, dr. Freud (um pseudônimo para preservar sua identidade), tem gente que faz análise durante catorze anos, às vezes mais ainda, vinte anos, e você me diz nos meus primeiros quinze minutos de consulta que a vida se resume ao nossos desejos e nada mais? Não vou lhe pagar um tostão!".
Ele jogou a cabeça pra trás e sorriu de um jeito ainda mais doce. Eu joguei a cabeça pra frente, escondi os olhos com as mãos e chorei um pouquinho mais. Não é fácil ouvir uma verdade à queima-roupa.
"Tem gente que precisa de muitos anos para entender isso, minha cara". Suspirei e deduzi que era uma homenagem: ele me julgava capaz daquela verdade sem precisar frequentar seu consultório até ficar velhinha. Além disso, fiz as contas e percebi que ele estava me poupando de gastar uma grana preta.
Tá, e agora, o que eu faço com essa batata quente nas mãos, com essa revelação perturbadora?
Passo adiante, ora. Extra, extra, só existe o seu desejo.
É o desejo que manda. Esse troço que você tem aí dentro da cachola, essa massa cinzenta, parecendo um quebra-cabeças, ele só lhe distrai daquilo que realmente interessa: o seu desejo. O rei, o soberano, o infalível, é ele, o desejo. Você pode silenciá-lo à força, pode até matá-lo, caso não tenha forças para enfrentá-lo, mas vai sobrar o que de você? Vai restar sua carcaça, seu zumbi, seu avatar caminhando pelas ruas desertas de uma cidade qualquer. Você tem coragem de desprezar a essência do que faz você existir de fato?
É tão simples que nem seria preciso terapia. Ou nem seria preciso mais do que meia dúzia de consultas. Mas quem disse que, sendo complicados como somos, o simples nos contenta? Por essas e outras, estamos todos enlouquecendo.

25 de abril de 2010

02 março, 2012



daqui a algumas semanas:
bem vinda ao bodybuilding.

[agora a porra ficou extremamente séria!]