28 dezembro, 2014

Por dentro


Estamos na beira do: final do ano. Como um precipício, prestes a deixar 2014 para trás e saltar ao desconhecido e inesperado 2015. Mas não vim para especular sobre esse ano novo que vem por aí. Não é por esse motivo. 
Venho para cá para organizar algo que se encontra fora de ritmo dentro de mim. Minha cabeça e coração entraram em parafuso faz algum tempo e venho simplesmente ignorando isso. Tenho praticado a paciência [quase inexistente em meu ser], explodido menos por fora e deixando a erupção correr e me queimar por dentro. Que domesticação é essa a qual estou me submetendo? não sei. Só sei que não me sinto feliz. 

A primeira coisa que dispara em mim é a raiva mas isso já se foi, agora fica a tristeza e por fim, essa sensação clara, límpida: não estou feliz aqui. Uma luzinha que se ascendeu há um tempo e que insisto em ignorá-la, embora nos últimos dias, ela começa a se fazer notar. Não quero brigar, não quero ter forças para troca de tapas e socos ou de palavras afiadas. Sinceramente não tenho tesão nisso. Apenas busco proteção, um porto. Estou cansada de parecer navegar a esmo, sem direção. Ainda não desisti, mas sinto que minhas mãos estão cansadas de fazer força nesse "cabo de guerra" inútil e imbecil, por assim dizer.
Fico pensando se é egoísmo de minha parte, então tento uma vez mais... sem respostas ou retorno disso. Vou deixando o amor próprio de lado, esvaziando o ego. Respirando e contando até 10, 20, 30. Sustento um meio sorriso-torto pois parece que há um anzol pendurado no lábio, como um peixe fisgado pela insatisfação. Não chuto o pau da barraca, me convenço de que é esse gênio meu, exótico e difícil de lidar, igual uma criança de 5 anos de idade: birrenta. Suspiro.