30 abril, 2012

Insone.


Você dorme ou acha que dorme.
Aí vem... de assalto, repentino: pronto, lá se vai meu querido e precioso sono.


28 abril, 2012

Sem.


"uma taça de vinho pra relaxar,
 uma taça de vinho pra dormir.
 outra taça pra viajar
 outra taça pra se permitir."

Assim passam os dias, as horas. 
De um lado, alguém num ônibus qualquer. No outro lado da cidade, outro alguém prepara-se para viajar também, viagem mais longa ainda... pra fora do país. Levou consigo o coração e pensamentos pra que lhe aqueçam nas terras frias e áridas de outro país.
Garganta e olhos já adoeceram. "onde está você agora?" 

Dores nos ombros, coluna. Como odeio viajar num ônibus.
Clima frio e ameno na "terra de toda gente", logo será a minha também. Cada vez que venho aqui, vou me afeiçoando um pouco mais pela cidade, pelo jeito de ser... enfim, me acostumando com a idéia. Primeira vez que pego esse trajeto sozinha num coletivo, foi diferente. Visitas as firmas, aos empreendimentos atuais e futuros... e penso em você. Penso se está bem, aonde está, o que está sentindo com esse encontro infeliz que está prestes a ocorrer... 
Mas também pensei em você, fantasma sombrio que me visita.
Me vi quieta, tranquila, sem a pretensão que nativos de libra tem. Os ventos sopram como brisa suave, movimentando a água de forma tranquila, da terra não dá pra saber. Correntes de ar vivem em alto mar.
Cuido dos meu avós, converso sobre muitas coisas, cuido da minha saúde, alimento minha cabeça com Marthinha e afins... dias tranquilos: "vontade de viver mais em paz com o mundo e comigo".
Vontade de estar em paz comigo, em harmonia contigo... de longe me sorri e diz: eu também.

23 abril, 2012

Pra você.


Queria te dizer pra ficar bem, que vai dar "tudo certo", mas não. Não dará tudo cero, não por enquanto.
Não há como adiantar esse tipo de dor, a perda de um ente querido. Também não sei dizer como é perde-lo assim, para as drogas que ao longo de 30 anos que ele consumiu. Só sei o que é ver alguém que você ama, morrer a cada dia que passa e não há nada que possa ser feito, dói muito. Que pesa o corpo inteiro as responsabilidades que você irá carregar... as decisões que tomar vão refletir até o fim dos seus dias, minha querida. Irá chorar, ficará sem dormir, seus pensamentos não vão cessar... vai experimentar um tipo de delírio diário, onde a cabeça não pára por um instante sequer. Sentirá dor, alívio, angústia, tristeza, alegria, desprezo por si mesmo, indiferença, fraqueza, força, raiva, paz, silêncio ao mesmo tempo: pode apostar.
Essa, é só uma das partes.
Depois vem a queda, no abismo experimenta o mergulho do escuro infinito: poço, fossa abissal.
Os dias parecerão ter 2 semanas de duração, alguém jogou solvente nas cores desbotando tudo o que passa a frente de sua retina. Terá apenas vontade de ficar imóvel: morta. Lágrimas correrão soltas sem esperar qualquer indício de vontade que aliás, não se tem de nada.
Respirarás outros ares, verás as coisas e as pessoas de um jeito que nunca viu. Apesar dos pesares, é uma grande experiência, profundíssima e que nos dá a oportunidade de encontrar consigo mesma. Algo incrível, assustador mas não deixa de ser assim: incrível. Descobrirá que tem mais forças do que pudesse um dia imaginar, que se manterá em pé por mais tempo que todos pensariam...  tantas coisas. Só poderia te dizer que é um pouco parecido quando se vai ao mirante. É vasto, a imensidão que se experimenta é única. De saudade, solidão, de certo consolo, de perguntas e respostas silenciosas... 
Muitos irão te dar um abraço forte e dizer "vai estar tudo bem", você fechará os olhos e naquele momento desejarás que sim, vai estar tudo bem. Como uma pílula mágica, uma droga qualquer que tira a realidade momentânea. Estará aqui mas ao mesmo tempo não. Apensa o corpo fica. Você, aí de dentro, faz tempo que partiu pra algum lugar desconhecido.
Se perca, é necessário para poder encontrar-se verdadeiramente. Chore tudo o que tiver, como vier.
Nesse posso fundo, encontre a saída; sempre tem uma.
Mas acredite quando te digo que vai ficar tudo bem, não agora mas vai ficar. O velocímetro do carro poderá marcar facilmente 170 Km/h numa estrada deserta, como se quisesse atingir o limite, ápice. Já ouviu dizer uma vez que o medo é uma constante mas aceitá-lo, te torna mais forte? é mais ou menos isso. Vai correr para o extremo da linha só para sentir, pra provar a si mesma que ainda não enlouqueceu, testará todos os limites e ninguém saberá. Apenas uma pessoa: Você.
Ninguém disse que seria fácil, ninguém jamais disse que seria tão difícil assim. 


20 abril, 2012

Elementos

Você, bichinho que possui ferrão mortal, regido pelo planeta [que agora nem é mais considerado como tal] mais distante...
Se soubesse o quanto penso, no que vão sendo esses vai-e-vens de neuras na minha cabecinha, entenderia que a balança está mais para gangorra. Não de sentimentos, mas pensamentos, sim, estes que tanto te atordoam nesses últimos dias.
Vejo se debater em todos os lados do pote de vidro, bicho enjaulado, ferino, pronto para atacar. Mas meu bem, entenda que: apenas você está aí. Não é artrópode, embora tenha várias patas e artimanhas e garras e muitas outras coisas para sobreviver. Para a guerra, não teria escolha melhor, até Ares destronaria seu animal para eleger-te.
Bicho engaiolado além de fúria, sente medo. Apesar dessas bravura toda, da parafernália que dispõe... não passa disso, animal preso, acuado. O covil que te aprisiona não é o vidro, é tua carcaça, cabeça e coração.
Não lhe ensinaram coisa alguma sobre essa força que te toma, engole, masca, devora e te digere, sem conseguir mensurar absolutamente uma vírgula. Não há filtro, nem antídoto para isso, mais letal que seu próprio veneno: o insuportável da ordem do insuportável... Fora forjado em fogo, aferrecido no mais gélidos dos oceanos para que pudesse suportar os extremos de sua vivência.
Hoje você encontra-se assim, recolhida. Raios, trovoadas que cortam o céu em pleno meio dia só parecem demonstrar o que se passa por aí, deste lado.
Estendi a mão. Gentileza nunca foi e não será agora, um dos seus pontos marcantes. Serei picada: magoada.
Mas não importa, não por hoje. Por que embora na chuva, aguardo pacientemente sem mover um músculo da face, pois sei que a tormenta que te aflige passará assim como o mal tempo que cai ao meu corpo não será eterno. Sabe que te espero.

Estendi a mão, apenas.

17 abril, 2012

Last night

Sentada no meio fio da calçada, te conto que uma mulher de 29 anos está dando em cima de mim descaradamente. Você me responde dizendo que está quase há dois anos tentando e que por isso, é a primeira da fila.
Sentada nessa mesma calçada, te conto que disse a essa mesma mulher de 29 anos dentro do seu potente carro que a única pessoa com quem me envolveria nesse círculo todo, é alguém que ela sempre soube. Não sendo o suficiente você me pede para que eu diga quem é essa pessoa: digo seu nome. Então você abre não só o sorriso mas os braços e me abraça, aperta [apertando mesmo, por que acho que sinceramente você tem mais força que eu].
Te olho, rio e pergunto ainda qual era a surpresa enquanto você ainda me aperta e fala que não era surpresa, mas que precisava ouvir. Rimos.
Apenas um detalhe: "eu gosto quando você faz cafuné em mim"
Nota mental: querendo ou não, é quase espartano.

12 abril, 2012


"É tão fofinho"

11 abril, 2012

Quando olhos violeta brilharem mais,
E pesadas asas ficarem leves,
Vou provar o céu e me sentir vivo de novo.
E vou me esquecer do mundo que eu conheci,
Mas juro que não vou te esquecer,
Oh se minha voz pudesse alcançar o passado,
Eu sussurraria no seu ouvido:
Oh querida eu queria que você estivesse aqui.


Owl City - Vanilla Twilight

09 abril, 2012

Canteiro.



Dizem que amor é uma loucura. Leva a ela: à ela.
Ontem vi com com meus próprios olhos a passagem metafórica se tornando realidade e quase que não virou coisa pior. Agora me pergunto: em que ponto o gostar se transforma em obsessão, em que grau ela vira perseguição a ponto de tentar contra a vida alheia?
O amor ficou em qual curva do caminho? em qual descida dessa estrada que a própria pessoa abandona a si mesma, aliás, se serve numa bandeja para outra?
Uma força aniquiladora compatível com a pulsão de morte. Ver o desejo absoluto de "aniquilar" qualquer tipo de ameaça perante ao "objeto" de desejo.
Eaí, nesses momentos é que dá pra ver no que nos tornamos. Mas peraí: dizem que o amor não faz a gente sofrer, chorar. De fato, o amor não machuca, quando parte de ambas as partes e cedem na mesma medida. Porque há de saber como amar. Envolve não só o gostar, do tesão em si; passa pela verdade, tem como um terreno sólido a sinceridade e o respeito [a si mesma e a outra] como alicerce, paciência, perdão, compreensão, resignação, fé... parece ser construção.

E é.
Por isso que muitos desmoronam, alguns resistem ao tempo, outros sofrem sérios abalos... vai depender do empenho dos construtores sobre o que fazer: reformar, demolir, reparar, construir, manter. As vezes a moradia é linda, suntuosa. Porém, condenada por que os pilares não são seguros, e aí você decide se arrisca viver perigosamente ou derruba tudo e recomeça do zero. Noutras vão ter um telhado regaçado, a infiltração fez meleca pra tudo quanto é lado... mas se trocar o forro, as vigas, colocar telhas novas, abrir o buraco na parede, impermeabilizá-la, rebocar, passar o esmalte e lixar, tá tranquilo.
Tudo depende das mãos: são nelas que vão estar o prego pra martelar no caibro novo ou a marreta que vai levar tudo ao chão.


Há de se saber.

08 abril, 2012

Já passou.

É,
pelo jeito não era coisa boa a inquietude toda.
2 internações no hospital but, todos voltaram sãos para suas respectivas casas.
Logo será páscoa... para alguns, passagem. Para outros, uma nova aliança.
Hmn, tem tanta coisa pra se pensar e refazer no mundo...

Venta fresco, trazendo trégua, amém.



Neste momento você volta do Lollapalooza, enquanto vou dormir.

06 abril, 2012

Fluir


O vento vem trazer notícias...
que agonia.

05 abril, 2012

Estava escrito.


"Acredito em destino, mas interfiro bastante"


Martha Medeiros







Maktub
Dito e feito.
Como num presságio, o vento trouxe as primeira notícias ainda pela manhã.
Hospital, soro, desmaio, mais soro, 4 litros de líquido: dengue.
mas não é tudo... para ficar nessa inquietude, ainda não veio a coisa mais tensa.
é esperar e ver.

03 abril, 2012

Vácuo

Uma grande dúvida paira no ar diante os próximos dias: um feriado prolongado com gosto de ano inteiro. Se os 20 livros que comprei chegassem num piscar de olhos, seria útil. Início de agonia, mas pra que isso agora?
A preguiça de ler as bibliografias recomendadas.. deixa pra lá Paulo freire, Souza Pato, Focault e sei lá mais oque. Que as teorias da educação brasileira com seu sistema complexo e mergulhado em completa defasagem fique para 2° plano. Pelo menos não por essa semana, quero um tempo.
Estamos em abril, é o quarto mês desse ano... como vem passando depressa.
Ontem, ao entrar no quarto refleti na solidão que é viver aqui. Pouquíssimas vezes ela se faz tão presente como no momento da reflexão. A sensação do completo vazio e silêncio é algo que impressiona quando se pensa nela. Algumas perguntas que serão sempre feitas e provavelmente não terão respostas. Pensei nesses meses que venho morando sozinha e reparo se senti remorso ou qualquer tipo de tristeza profunda, daquelas que a casa parece que te engoliu e vai digerindo noite a dentro. Nas vezes que acordei com medo...
Impossível não pensar se vou me acostumar a viver novamente em família, na mesma casa.
Quando você acorda de pesadelos ou sonhos e sentada a beira da cama, tenta enxergar algum sentido no que te despertou. Nas dúvidas que te acompanham, os fantasmas que ficam a espreita na escuridão, observando cada passo. Você não enxerga, mas sabe que está sendo observada, você sente isso passando por todos os poros da sua pele.

Eu deveria dormir, mas há dias não prego o olho por mais de 4 horas.
Algo está por vir... como se o próprio vento de outono sussurrasse pelos cantos.
Enfim.
Fim.

01 abril, 2012


Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar

Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer, que eu não posso chorar

Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira ao nosso favor
A consequência do destino é o amor, pra sempre vou te amar

Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar