27 maio, 2013

Reflexos.



Andando por aí, olhando as vitrines de ruas supérfluas. Pelo espelho das construções, enxerga o rosto de alguém e imagina passando os dedos nos cabelos cheirando a shampoo adocicado, como aquela loção passada após o banho matinal, meio com pressa. Repara num manequim e vê os traços singulares daquele corpo sem vida tomando forma. Encara por um tempo os olhos e se prende ali por alguns instantes. Vai observando cada parte mínima e minúscula da retina marrom, mapeando cada pontinho dela. Mapeando cada parte, toque, cheiro, gosto. Calculando toda e qualquer distância. Uma película invisível e por assim dizer; indivisível separa-os: um vidro.

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