13 maio, 2013

Ponteiros


Olhando fixamente para os ponteiros: será que assim correm mais depressa ou estão aos poucos, se atrasando? Há uma espera em mim. Uma espécie de "loading", carregando....
Oque carrego? Que está sendo executado? Qual ou quais esperas são essas?
No aguardo de uma vida mais autêntica, carregando forças para sair de uma presepada que entrei por mérito próprio... Terminando de arquivar à mim mesma. Aos poucos vou desaparecendo, desbotando nesses dias que passam calorosos, ora frios. Saí para dar uma volta de mim mesma, resolvi não voltar agora.  Não mesmo. Justamente agora onde as coisas batem a minha cara com certa violência, lá se vai minha paciência, no caminho, ela diz: - "Agora é com você." O mundo monocromático revela nuances mais dramatizadas do que a paleta de cores impressa. Por hora vejo os furos que foram abertos em minha carcaça e o vazio neles. Procuro a paz ficando no olho do furacão. Uma tempestade do contraditório. Embora a cada dia, parte do véu que acobertava os olhos, vem rolando abaixo e mostrando seus dentes afiados: realidade em choque com os desejos.
Desejo de ir pra longe, de ficar só. Desejo de ficar num prazo indeterminado sem sentir tantas coisas. Sem sentir esse vazio. Ao tocar sua borda, o gelo percorre os pelos do corpo e, numa espécie de frenesí paralisante, eriça-os e adormece a mente. Me dou conta desse oco.
Finalmente posso emergir. É nesse vácuo que possibilita o espaço da expansão.

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