24 novembro, 2012

Caixotes para mudança.


Fazer faxina não é algo agradável por que é rotineiro. Necessário, além de benéfico.
Essa semana começou a "arrumação" aqui em casa. Mas não só onde habito quase toda a parte dos dias, como no interior da morada em que vivo nesses 23 anos. Como se livrar daquela roupa que não é usada  a mais de 1 ano e está lá, guardada no armário ou os papéis que jorram pelas gavetas, mesinhas daqui. Aqui dentro, a coisa andava num total regime de Bakunin, anarquista, quase a teoria do caos. É, acho que acordei do piloto automático e me encontrei numa zona. Começar a perceber o que não lhe faz falta, que a dependência é algo relativo... é como se de repente, tivesse colocado novas lentes em frente a retina e pudesse enxergar o mesmo mundo mas totalmente diferente do que era visto anteriormente. Perceber que a mão não fica suada, ou aquele aperto chato no peito quando sai sozinha é bom. Que você vai ao cinema só e isso basta. Sai e vai para o barzinho, livraria [ou para o raio que o parta] sem temor algum. Cair a ficha de algumas pessoas, é bacana... mas quando a sua cai lá no fundo e você mesma ouve o "plim" é outra história. Quando você consegue descobrir algumas coisas como essas, vem um silêncio bom. Uma paz.
Minha conta no banco estava de pernas para o ar a alguns meses, e eu nem querendo saber do saldo, puro medo de descobrir o rombo. Mas que besteira... se quero resolver, não dá pra ficar fugindo né? Pois bem, não dá pra martelar o prego se está vendado e resolvi por fim, enfrentar a medusa. Hora de apertar os cintos, de encaixotar  todas as lembranças de uma vida vivida nesta casa por 17 anos. Com carinho, vou me despedindo deste lar aos poucos. 
Já estamos quase no fim deste ano me dou por satisfeita com tudo oque ocorreu. 2011 foi problemático em todos os aspectos, 2012 foi [ainda está sendo] o espaço para resolução, a grande "faxina". Agora me preparo para fazer algo que não ocorria desde os meus 14 anos. Planejar a longo prazo, longuíssimos prazos... com a diferença de entender que no período de execução das metas, preciso viver. V-I-V-E-R cada pedacinho dessa caminhada, de sentir todas as coisas. Não de apenas me focar totalmente e deixar a vida me levar. "Será um longo e rigoroso inverno" e quem disse que eu não gosto dessa estação? 
Vem ano novo, que já to quase pronta só pra você!

Nenhum comentário: