21 maio, 2012

"Today is NOT a good day"


21 de maio, 2012.
Fez 1 ano que você se foi.
Quantas coisas aconteceram... se desse pra eu contar, seriam dias sem pausa. Algumas notícias você acharia engraçadas, outras um pouco tristes. Talvez algumas delas você não concordaria... enfim.
Lembro de cada detalhe do dia 21 de maio de 2011. Cada parte, vírgula daquelas horas.
Houve apenas um momento onde me senti completamente só no mundo e foi um desespero absurdo, nada e nem ninguém poderia estar ali comigo, você se foi. Era real, real demais, duro demais.
Por um longo tempo desejei não acordar por muitos meses, até parece que fui enterrada junto.
Os problemas se acumulavam, as saídas se fechando. Sensação de claustrofobia.
Posso dizer que o que difere a gente de criança pra adulto é não ter mais mãe. 

Por que quando a coisa aperta, quando você cai doente, quando a vida te exige e não te dá tempo pra pensar direito, tudo o que você quer é deitar no sofá e gritar: MANHÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!!
Se eu gritar, nada vai acontecer. Então tenho que levantar, por a cara lá fora e lutar. Lutar com forças que muitas vezes não tenho. Fazer de conta de que não tenho dúvidas e que a certeza inabalável sempre vai reinar. 

Ah mãe, eu tenho tantas dúvidas e medos...
Queria tanto receber um afago seu, um cuidado. Dói tanto ter que caminhar sem auxilio...
Queria poder dizer te olhando nos olhos que tenho medo de ser feliz com a pessoa que amo, que não tenho certeza de quase nada nessa vida estranha. Queria te perguntar quando e como você "sacou" que era a hora. E principalmente, se você foi feliz.
O que posso te dizer é que 1 ano tive perdas preciosas e ganhos também. Reaproximei da família, finalmente conversei com o pai e hoje temos uma relação muito boa. Que a cada vez que vou na casa do vô e da vó, me seguro pra não chorar quando me despeço deles por medo de algum dos 2 irem embora, pela dor que ainda sentem por conta da sua partida. Que a tia se aproximou ainda mais de mim. Que por mais que eu bufe pelas coisas que não acontecem no tempo que eu acho que devem acontecer, elas simplesmente: acontecem. No tempo que tem que ser. Minha vida deu tantas voltas que tenho dificuldade de saber qual é a minha idade. 
A casa está do mesmo jeito, só que mais suja, com menos vida, mais silêncio... 
Se antes eu não conseguia lembrar de você com cabelo, hoje quase não consigo lembrar de você careca no hospital. Só me lembro de você com o cabelo grande, de anos atrás, não tão liso. Mas toda vez que olho a foto e lembro, choro. abraço seu retrato e choro de forma silenciosa. As vezes as temporas doem, como agora. Mas em outras não. As vezes te dou tchau, bom dia, boa noite. 
Sei que você vai viver enquanto estiver nas minhas lembranças, as vezes não gostaria de lembrar... mas lembro. Enfim, nesse 1 ano que passou, muita coisa mudou mãe, não tenho mais seus passos por aqui, aprendi a dar os meus. Mesmo você tendo ido pra algum lugar distante, as mudanças foram positivas e posso te dizer com serenidade que afetou não só a minha vida, mas de pessoas que nem eu, e nem você poderíamos imaginar.
Mãe, sinto sua falta e acho que isso só vai aumentar... assim como o tempo com o passar dos anos.
Queria te ver.


um beijo, te amo muito.

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