18 janeiro, 2012

Parte: um.

férias.
1 mês depois de uma noite linda, quase 1 mês fora de casa.
graças a deus, consegui a paz que tanto precisei por meses e achei aqui, na terra dela e dos meus avós. nunca gostei de ficar por muito tempo nessa casa, remete a solidão, a vida parada. Dessa vez encontrei uma paz que me confortou e consolou diariamente meu coração e minha cabeça com todos os acontecimentos que 2011 trouxe.
foi tão bom encontrar o mar, mergulhar nele... deixar o sol queimar, a onda bater no corpo. estou com saudades do meu gato... da casa, até que não. sei lá.
pensei no meu pai, na vida dele... na vontade e no empenho que nesses últimos tempos tem mostrado em querer estar perto de mim, o que era totalmente o contrário quando eu era criança e morávamos em são paulo. Sinto um carinho diferente por ele. Minha tia tentando ser minha segunda mãe, meus avós... mas não pude deixar de notar que natal e ano novo houve um silêncio que incomodou a todos na mesa na hora do jantar. uma ausência, uma falta. Meu avô não foi a praia, disse que não gosta mas no fundo, ele não foi pra não ter de lembrar da minha mãe por lá.
comemorei a data de aniversário dela em silêncio, dentro do mar.
Ainda não penso nos problemas que me aguardam em cuiabá. Não agora, "ainda".
Estou com saudades de muitas pessoas, quero abraça-las bem forte, talvez como nunca abracei.
quero dizer a elas o quanto as aprecia, gosto, preciso delas. Ando ansiosa pra reencontrar minha faculdade e as meninas, para treinar...
Andei muito pelas areias, dialoguei [dialogo mesmo] com meu ser, me vi gentil, meu corpo mudou bastante nos últimos anos. Posso dizer com segurança de que a cada ano que passou, me senti melhor, mais bonita. toquei meu rosto algumas vezes e vejo que ele afinou, ou ficou mais angulado... perdeu o formato arredondado de antes, e gostei desse resultado. Me vi comprando lingeires completas e rindo junto com a minha tia, ela opinando e concordando... uma segunda mãe? quem diria. As pernas um pouco mais torneadas. meu sorriso mudou. Um pouco mais pesado, e para aqueles que me são caros: mais verdadeiros, sinceros.
os olhos ainda continuam delatores, com menos intensidade. Irritante mas peculiar e agora, começa a se formar os primeiros traços dos pés de galinha. as orelhas furadas, o que seria um tremendo absurdo a 7 anos atrás. Briguei muito com meu corpo na adolescência, um et com alguma "coisa" que não sabia o que era, nem oque se tornaria. Quando me dei conta, lá estava eu: ajeitando meu biquini e alguns rapazes olhando, enquanto retorno para o guarda sol, o último pergunta: mas já vai sair? sorrio e respondo que sim e penso: "querido, vai ser um perda de tempo".

Mas me preocupei com algumas mudanças, não as do corpo mas a de personalidade, caráter, princípios. mudar é bom, necessário e vital pra vida seguir e para crescimento... então, por que me preocupei? por que, por um instante pude ver o quanto atropelei alguns princípios, as vezes que passei por cima e perdi o respeito comigo mesma. fiquei um pouco decepcionada com o que encontrei por aqui dentro... mas é bom, pelo menos deu pra sentir que ainda resta algo de bom em mim, algo de certa forma, bobo, ingênuo. Depois dessa pequena miragem, consegui compreender o quão difícil é manter-se firme, sóbrio, na verdade: o espírito de criança.
como uma borracha sendo usada, ela vai ficando manchada, cinza... se deixar, pode até ficar negra. Não desejo me tornar essa pessoa.
Vagamente me lembro disso: "Gi, Yuu, Jin, Rei, Makoto, Meyo, Chuu" as 7 virtudes do samurai, alguns dos meus pilares mais preciosos. dói vê-los manchados, outros, abalados.
mas se deixar enegrecer o coração, então, seu espírito se tornará negro.
Que eu tenha força e coragem para não permitir.




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