22 dezembro, 2012

Slap you, bitch. Kiss me.

Reunião.
Você me olha e eu ignoro sua presença por alguns segundos.
As outras pessoas puxam conversas alheias, cada uma no seu espaço e o tempo vai passando. Mas é você ou eu mesma deixar uma frase solta, que completamos. Quase sem querer, querendo. Então a risada sai forçada, fazendo de conta que nada dói, que convivemos pacificamente e tudo está OK. Começa a troca de presentes e eu te olho por um tempo, me pergunto quanto tempo mais vamos deixar passar pra acabar isso tudo. Me lembro que é uma queda de braço, dessa vez, travada com muito mais força. Então você, no seu jeito "não-sei-me-aproximar-e-odeio-quando-me-ignora-ainda-mais-quando-tenho-que-me-esforçar", vem pra perto, pára ao meu lado e fica estática... como se pudesse dizer em silêncio: "iai, você não vai dar o braço a torcer?" É grande a vontade de te abraçar e dizer: "chega, vamos parar de ser bobas. só diga que gosta de mim e que está sentindo falta, como eu sinto de você". Mas nada se ouve, embora o silêncio seja eloquente.
Subo na moto, disparo pela avenida e nos cruzamos. Decidimos de forma silenciosa nos acompanharmos por um trecho, moramos próximas. Só que mudo de direção; em cima da hora troco de pista e te deixo. O suficiente para plantar dúvidas na sua cabeça. E contra todas as expectativas, contra todo o seu orgulho ferino escorpiano, me manda uma mensagem querendo saber se cheguei em casa, tentando disfarçar uma preocupação que, eu achava que não tinha mais. Brota um sorriso no rosto, penso por um momento no que vou responder. E envés de te mandar: "por que ainda se preocupa comigo se não estamos nos falando?" respondo: "já estou em casa, cheguei antes do temporal". Agradeço sua preocupação e ganho um pesado "ok". Está fazendo um mês que discutimos.

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