07 junho, 2010

Feriado.


Dos mais de mil quilômetros que se andaram, passaram os dias. As faixas, a lua e as horas, 11. Depois de ter passado cortando estados madrugada a fora, esperar por mais de 3 horas uma mísera vaga de um hotel vagabundo qualquer para poder jogar o esqueleto mais do que exausto, restou a pergunta: "o que é que eu tô fazendo aqui?" num canto escuro do quarto morimbundo, senti saudades da minha casa. Mas logo vem o próximo dia que me responderia o porque. O som é característico mas vê-lo crescer dá uma emoção dolorida no peito, fiquei boquiaberta com o que vi sendo feito pelo Alemão. Logo sabia os motivos de ter costurado os tantos quilômetros sem ter a certeza de ter algum lugar pra ficar, até mesmo se iria ficar. Entre uma "manulação" e mais de 10 frases, fui aprendendo. Fui. Palavra que ganhou vários atributos nesse feriado prolongado. Fui "na lôca", fui "árvore", "mãe-babá", "terapeuta de casal", fui "mecânica" e algo mais. Entre os céus azulados, "a" ceu acizentado, paredes que transpiravam maconha, entre dreads e nerds, alguns galos e galinhas, um quarto abarrotado, desarrumado, entre "Dos amores risíveis" (ler: O jogo da carona) amanhecia a cidade e escurecia-se com os muitos copos de cerveja, de pinga, de alguns "pit-dogs", de muita maconha, pito e de frio de bater o queixo. Do pastel que só tem gente uderground, da balada que veio gente chegando mesmo eu sentada numa mesa e passa uma, depois vem outra, aí outra que não desgrudava das minhas costas, não o bastante me apresenta sua prima que na viagem de tanto pó que cheirou, pensou que eu era uma árvore, pra ficar pendurada em mim, se achando a íntima. Mais uma noite mal dormida. Mais cerveja, um aniversário, um reencontro de muitos anos depois, uma alegria contagiante, algumas brigas, quase alguns tapas, uma bateria arriada, um carro sendo empurrado as 2 da manhã. Várias praças, uma cidade em forma de santa, um trânsito mais embrulhado do que o egípcio, muitas feiras, quatro cabaças, pastéis, empadas, pamonhas, sotaque mineiro com algum "temperin" junto. Depois 16 horas conservando a bunda num banco de ônibus, ser testemunha ocular de uma trepada de um dos motoristas com uma prostituta dentro desse mesmo veículo. De um cara que foi mais de 9 vezes ao banheiro [das que eu contei]. Do amanhecer em chapada.
Finalmente em casa.

Nenhum comentário: