08 dezembro, 2007

Morrendo.

que inferno!
não aguentava mais ficar naquela m*rda de saguão
tava irritada, triste, com uma vontade louca de gritar, de gritar BEM ALTO e mandar tudo a merda.
só EU sei o quanto eu queria rasgar aquele bilhete em zilhões de pedaçinhos e soltá-los no ar, e poder dizer que não iria mais..
ai meu deus, ninguém soube e nem fez idéia do quanto eu estava mal por partir, por sair assim. é, ninguém sonhou.
até ontem não tinha sentido uma imensa vontade de chorar quando estava indo embora.
eu não sei o que está acontecendo comigo.
eu não conseguia mais esconder o quanto dói toda vez que temos que nos separar.
como eu odeio ver gente triste por minha causa, mas ontem, nem eu mesma tava me segurando.
e essa vontade toda no que foi dar ?
chorei.
chorei mesmo... assim que o avião começou a correr na pista principal, as primeras gotas correram junto e logo quando levantou, já estava soluçando, não dava pra saber se eu estava deixando o meu desespero sair ou se estava sufocando-o..
enquanto subia, só sentia as lágrimas rolando pelo meu rosto sem parar..
chorei mesmo.
não podia mais aguentar tudo aquilo, tava me sufocando e resolvi botar pra fora antes que eu morresse enforcada.
chorei por um bom tempo, as vezes só, outras quase estraçalhando a poltrona e querendo quebrar tudo que estivesse ao meu alcance.. e dormi chorando.
assim como quando passei pelo portão de embarque, andei o mais rápido possível, como se estivesse fugindo sabe ? como se quisesse me afastar do que está grudado, marcado em mim.
já não aguentava mais olhar pros lados, disfarçando, fingindo que estava tudo bem.
caralho, eu não sou e nem nasci no pólo norte!
a força de vontade que tive para não deixar transparecer que estava aos pedaços, foi quase sobre humana mas, creio que não deu muito certo.
perdi as contas de quantas vezes respirei fundo, quantos sorrisos forçados dei.
parei no banheiro para dar uma pausa e olhar meu próprio rosto.. por fora, uma fisionomia de indiferença mas por dentro..
mas ninguém compreende.
quanto mais fico mal, mais ironica e pessimista vou sendo, tudo isso para que de algum modo, eu saia daquela situação, para quando eu estiver só e somente só, deixar todo esse lago interno que tava transbordando esvaziar.
pois é..



tô cansada, tô triste mas é a vida.
e vamo que vamo.

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