21 fevereiro, 2013

"Sabe.."

Eu não sei mais o que dizer da gente. É algo que tá mais "além". Já me acostumei quando nos encontramos e não conseguimos ter "olhos nos olhos". Isso só acontece com assuntos triviais e distantes. Quase nunca conversamos pessoalmente, por que? Por sermos bobas. 
Aquela história do professor Girafales aceitar a xícara de café da dona Florinda e os dois ficam ali, bobões em frente a porta, sebosos. Não tem café, mas é similar de certa maneira. Vou a sua casa e você vem a minha, cozinha e quase não trocamos sequer uma palavra. Aí é fechar a porta de casa, a porta do carro, para abrir a janelinha no celular ou no computador e lá, sim, tagarelar e dizer tudo que ocorreu e o que ainda se passa.
Você, que sai da toca quando ouve o som dos meus passos mas que hesita em se aproximar.
Eu, que ando até certo ponto da estrada e paro pra ver se você finalmente vem ao meu encontro.
Não há palavras quando suamos juntas e a respiração fica forte e ofegante. Mas não é fazendo amor ou algo do tipo. Talvez seja algo que nem se passa na cabeça de ambas no momento. Só depois. E é quando chegamos em casa cansadas, é que cai a ficha... no banho, enquanto a água corre pelo corpo, fecha-se os olhos e provoca um certo arrepio na nuca. Quando você se lembra do aperto que sentiu ao ficar debruçada na porta de um carro por horas. Ou quando vai se deitar, apaga todas as luzes para acender as lamparinas da memória e me ver chegar cada vez mais próxima, até que a distância não existe mais. É quando você pensa até os miolos fritarem e entrarem em curto-circuito. Aí vem ele cantarolando "quando lembra que seus lábios encontraram outros lábios de uma pessoa e o beijo esperado ainda está molhado e guardado ali, em sua boca" sabe?
Ah Nando.... 



"sei, eu sei."

Nenhum comentário: