30 maio, 2011

Poeira.

Tirei o dia pra limpar..
pra limpar o telhado que já rendeu mais de 12 sacos de lixo e ainda tem folha pra catar, e 4 lagartas que separei pra colocar num vidro.
de limpar o primeiro guarda-roupas cheia de cacarecos esquisitos da minha minha mãe e chorar com algumas dessas quinquilharias como; minhas primeiras roupas [as quais ela me mostrava e adorava dizer que eu vesti aquela coisa tão minúscula].
de me olhar no espelho e ver minhas olheiras crescerem a cada dia que levanto, e não há sabonete que as tirem dali, como se fosse um borrão do lápis ou delineador.
Ando pela casa, durmo, cozinho as vezes, fico um bom tempo dentro dela e não sinto nada.
mas hoje ao olhar os sapatos dela sem querer e perceber, já se fora uma lágrima caindo do rosto.
É a mesma sensação quando vejo uma foto. Dói.
não sinto essa dor olhando os móveis, ou as roupas, ou vivendo ainda por aqui... sei lá.

"Mãe, acredite: me tornei forte. Mas não posso carregar tudo, e isso dói."

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