27 abril, 2011

Veneno.

É tanta coisa pra ser dita que as palavras se atropelam dentro da própria cabeça e na hora de passar pela garganta e serem despejadas pela boca, nada sai.
Me vejo numa situação estranha, e de certo modo complicada [pra mim mesma].
Devo gostar do gosto da loucura e do impossível, só isso explica o fato de gostar de alguém que sabe lá Deus se tem idéia disso, se sabe do que quer na vida e se tem cara e peito e coração e cabeça para tal empreitada.
As vezes me dá um ódio colérico de não querer mais ver seu semblante passando em frente a minha retina, pois logo vem no pensamento: "cuidado, confusão na certa!"
mas meio segundo depois algo ocorre; um coisa sonsa, boba, boa, bate uma ternura e plim: calma, respire uma vez mais. Me perco nessa "coisa" que as vezes penso que você está sentindo também e noutras horas, penso que é só eu mesma.
É estranho pra mim sim por que quando me aproximo, nem dá bola. Agora se eu me afasto, ou fico fria ou indiferente, logo reclama... e vou boiando nessa maré incerta que, de tão incerta, dá medo de ser tragada por ela. Mas gostaria de ser tragada por você, não pelo mar [seja este de incerteza ou de água salgada mesmo, onde tentou me escaldar].
Das coisas que guardo, fotografo, não são aquelas que estão registradas em papéis ou em bits de cartões de memória, pen drives ou computadores. São cuidadosamente depositadas num lugar dentro do meu peito e que constantemente passam pela cabeça ao longo do dia. Lembranças.
Assim como o aperto do seu braço, me segurando enquanto dormia; da teimosia que é marca significativa do seu temperamento mas que por algumas vezes, era exercido por puro charme. De se segurar em meu corpo de uma forma leve, ou do choro que não conseguiu conter e que ficou estarrecida por isso, da mão que segurou a minha mas sequer apertava, mas não soltava. Dos olhares, tenho uma coleção em particular; dos raivosos, ao de sonolência, de sorrisos, de malícia, de timidez, e os que me fizeram perguntas que eu não pude responder e aqueles que.. estes até agora não sei como dizer.
Das palavras e frases que eu poderia interpretar como indiretas ou não, mas se tratando dela... não dá para fazer.
Uma verdadeira tempestade, imprevisível, de força avassaladora, literalmente: incógnita.
Não sei o que fazer, de verdade. Se grito ou se calo, nem sei se isso terá relevância diante da sua carapaça.
Uma fera nociva me encara face a face.

e eu? nem Freud poderá explicar no que nisso dará.

Um comentário:

Varejus disse...

Sinceramente é bem mais forte do que eu pensava...