31 março, 2011

Ciclos.

Nunca pensei em anunciar a morte de alguém, menos ainda da minha mãe.
procurar as pessoas mais próximas é uma tarefa difícil, desgastante... ao mesmo tempo é consoladora.
E todas choram, não se conformam.
alguns conseguem vir para ter uma última conversa, um pouco de alegria. Já outros não suportam essa dor. Nesses momentos cada um se segura como pode, é como se vestissem um personagem e atuam frente ao inevitável.
Pensei que perderia minha mãe sim, mas não com 21 anos de idade. Talvez lá pelos 50.. mas 21?
e todos me falam: "força".

palavra de muito peso.


enfim... complicado.
mas a gente vai aprendendo, vai "vivendo" essa morte-vida [aliás, a morte é apenas um evento da vida]. E eu vou deixando de olhar somente as minhas dores, abraço a dos outros, assim como abraçam as minhas angústias. Aos poucos vou aprendendo a ter serenidade, a ser mais doce nesses momentos.. a cobrar menos, a exigir menos, principalmente: de mim mesma.
não está em minhas mãos, nunca esteve.
e agente aprende a se perdoar.


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