22 maio, 2010

Como tirar alguém da sua vida.

Alguma coisa não está certa: eu posso sentir isso de novo. Não é a primeira vez que você me deixa esperando, tristes desculpas e grandes falsas esperanças. Eu vi isso vindo, ainda não sei porque eu deixei você entrar por que eu sabia desde o início que você é tão previsível, sabia que alguma coisa daria errado (alguma coisa sempre está errada) então você não tem que ligar ou dizer qualquer coisa. Então pegue suas palavras vazias, suas promessas quebradas e todo o tempo que você roubou porque eu estou acabando com isso. Eu posso mandar isso embora, estou fazendo tudo o que eu devia ter feito e agora eu estou fazendo uma chance, estou vivendo o dia, estou te devolvendo o que você me deu. Pois esta historia nunca ia ter fim... eu fiquei esperando, fiquei procurando, fiquei torcendo, fiquei sonhando que você voltaria, mas eu sei o fim da novela mexicana: você nunca voltará (nunca, nunca, nunca..), Não.
Não mais, é em definitivo. não quero mais. existe um limite para isso, já ultrapacei o meu a tempos e agora digo: - Basta. Primeiro um calor, uma raiva "vermelhoazul" subindo pelas entranhas, fervilhando no emaranhado das veias. Depois, um nada, a indiferença vai tomando conta de cada canto, vai sedando, é a "pedra de gelo" soltando seu veneno-antídoto dizendo: "hora de acordar". Sim, o mundo é radical, não há meio termos. penso no tempo esperado e ? dá uma vontade absurda de quebrar a minha própria face por saber que a idiota da história sempre foi eu. Posso não enxergar bem mas em questão de sentir.. é, aquele "bad.. bad feeling" já estava com a luz de alerta acesa a tempos mas não, fechei os olhos para não ver o que estava escancarado na minha frente "é, eu sempre soube.." dessa corda bamba. tempo, tempo, tempo, tempo, você passou e alguém me disse que não havia tomado uma direção: mentira. o caminho já estava sendo percorrido, meu querido amigo. Certa vez ouvi dizer: "que imensa miséria o grande amor", uma pequena frase, efeitos imensuráveis. Verdade.
pensar que fazemos castelos (de areia), naquela doce ilusão de imaginar todas as situações açucaradas e serenas com alguém e ver essas construções virarem pó que vagueia pelo ar,como se riscasse um fósforo e ver o próprio ser consumido na sua chama. Ah, mas como me queimei "quatrocentasequartoze" vezes. E hoje lembro-me muito bem que anos atrás um alguém que foi embora do meu olhar, passou por mim e arrancou algo. nunca esqueci, nem poderia.. arrancaste para me ensinar uma lição dolorosa... Sem olhar para trás, sem mudar de lado na rua, sem fraquejar um só momento com a cabeça virou pó qualquer fagulha de lembrança. esse gosto, que ainda não sei dizer o que é, permanece bem nítido não só na boca... Depois que se passa pelo inferno de quando se mata o amor, você sabe exatamente todos os passos. os teus passos. Não é mais a primeira vez, posso dizer com propriedade que aprendi a sair desse local com certa "facilidade". tira-se todo e qualquer traço de sentimento, de emoção, vai desbotando as imagens, perdendo as formas, depois levanta-se, feche os olhos e respire[enquanto essa injeção faz seu trabalho]. uma inspiração longa e profunda, abra os olhos e dê o passo, firme. e não pare, nem se tem vontade de parar. sei que vou abrir olhos, dar a passada com força, sem desviar, sem piscar. sei que isso vai acontecer. enquanto risco todos os fósforos e vejo todas as fagulhas de lembranças que tenham ainda algum sentimento serem consumidas, encararei você mas não irei te ver, verei o nada e dessa forma continuarei a dar meus passos, mato, vivo o luto e o elaboro: no final o que sobra são as cinzas por que ali não se tem algo, não mais. agora é só o nada, só o vazio e o vento encarrega-se de soprar a poeira.


"Mas o mundo é negro, os corações são frios e não há esperança: eternamente mudados por causa do que vimos."

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