vivo numa dança constante, ritmada, com passos marcados.
mas algo não esperado acontece, um giro, uma meia volta.
e as mãos seguram.
os pés coordenam a caminhada torta.
os olhares se voltam para onde?
não, eu não estou dançando.
falo da vida.
os passos tortos me conduzem ao salão, coisa que não gostaria mas se torna cada vez mais irresistível, inexplicável.
as batidas, essas batidas fortes me atordoam e me fazem fechar os olhos.
e o sangue corre mais rápido, mais quente.
as mãos se tornam uma batuta, puxam, deixam correr, ora rapida noutra lentamente. artista do momento.
os pés mantém o ritmo marcado.
os olhos se abrem e constatam o que a audição e o olfato já haviam alertado: lá está, aquela. Ela
longe, pisco, está face a face comigo neste momento.
os olhos dão a ordem.
palavras não são ditas,é uma comunicação não compreendida pela boca.
o corpo está em harmonia.
baila baila chica!
com uma força tamanha que é capaz de me paralisar em ínfimos momentos.
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